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Uma curadoria das novidades do mundo da tecnologia
com análises sobre os fatos mais importantes

Uma curadoria das novidades do mundo da tecnologia com análises sobre os fatos mais importantes

Postado em:
5 de abril de 2023
|

 

Nos últimos anos, o avanço no uso de ferramentas digitais de produtividade nos lançaram em uma rotina de trabalho e comunicação massacrante, onde não conseguimos deixar os nossos cérebros descansarem. Do e-mail no computador para o WhatsApp no celular para a notificação no smartwatch, em um loop infinito que vai nos exaurindo do momento que acordamos ao momento que dormimos – sem contar as checadas no celular durante a noite.

Já em 2017, a jornalista Manoush Zomorodi alertava, em brilhante palestra do TED, como é importante deixarmos o cérebro descansar de modo que haja um ambiente propício para a a nossa criatividade aflorar espontâneamente. Segundo o neurocientista Daniel Levitin, em áudio da palestra de Zomorodi, toda vez que mudamos a nossa atenção de uma tarefa para outra, o cérebro precisa acionar um gatilho neuroquímico que usa nutrientes, como glucose, no cérebro. “Se estamos tentando realizar quatro ou cinco coisas ao mesmo tempo, na verdade não estamos fazendo quatro ou cinco coisas ao mesmo tempo, porque o cérebro não funciona dessa maneira. Em vez disso, você está mudando rapidamente de uma coisa para outra, esgotando os recursos neurais à medida que avança”, explica Levitin.

No gráfico acima podemos ver como o stress diminui se fizermos pequenas pausas entre as reuniões virtuais, evitando a já diagnosticada “Zoom fatigue”, ou fadiga do Zoom. Segundo a professora de computação Gloria Mark, em 2007 mudávamos a nossa atenção no trabalho a cada três minutos. Em 2017, o tempo havia caído para 45 segundos. Na época, uma pessoa normal verificava o e-mail 74 vezes ao dia e alternava as tarefas no computador 566 vezes ao dia. Com a pandemia e o avanço dos anos, arrisco dizer que esses números, hoje, seriam muito diferentes: talvez 30 segundos entre uma tarefa e outra e perto de 1.000 tarefas diferentes.

Fora do ambiente corporativo, empresas como Instagram, Tik Tok, Netflix e YouTube também disputam vorazmente nossa atenção, empregando os melhores engenheiros do mundo para programarem seus produtos de modo a não conseguirmos resistir aos seus chamados – fato muito bem mostrado no documentário O Dilema das Redes.

Cabe a cada um de nós desenvolver estratégias para lutar contra essa dependência aprisionante e paralisante dos dispositivos digitais. Como bem exemplifica a charge abaixo: “humanos estão viciados, máquinas estão aprendendo”. Para pensar.

Beto Largman D - v2

sobre o autor

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Beto Largman

Jornalista e consultor especializado em tecnologia, inovação e novas mídias, é colunista da BandNews FM. Editou o blog Feira Moderna, no site do Jornal O Globo por 17 anos. Participou em programas nos canais Globo, Globonews e Futura. Já fez projetos para o Globo, Vale, Museu do Amanhã, TV Globo, Petrobras e Canal Futura, entre outros

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